Enem 2021: primeiro dia de prova tem 26% de abstenção, diz Inep

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Danilo Dupas, afirmou que 26% dos 3,1 milhões de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2021) não fizeram a prova neste domingo (21). O índice de abstenção é menor do que o registrado em 2020, de 51,5%.

Inicialmente, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que a abstenção havia sido 24%.

O balanço foi divulgado durante entrevista coletiva à imprensa. Também participaram o ministro da Educação, Milton Ribeiro, o diretor de operações dos Correios, Carlos Henrique Ribeiro, e o delegado Cléo Mazzotti, da Polícia Federal.

O ministro da Educação considerou que a operação "foi um sucesso".

Segundo o Inep, a taxa de candidatos que não compareceram ao Enem 2021 foi maior entre aqueles que optaram pela prova digital: 46,1% de abstenção, contra 25,5% que deixaram de fazer a prova impressa.

Já, entre as unidades da federação, o Amazonas se destaca com o maior número de desistências neste primeiro dia de prova, 40,6%, seguido por Roraima: 32,4%, considerado apenas a prova impressa.

Com abstenção menor, o número de pessoas que fizeram a 1º prova impressa em 2021 é maior que o de 2020, mesmo com um número de inscritos menor (5,8 milhões ante 4 milhões):

•Fizeram a 1ª prova impressa do Enem 2020: 2.680.697

•Fizeram a 1ª prova impressa do Enem 2021: 3.040.907

•Fizeram a 1ª prova digital do Enem 2020: 29.703

•Fizeram a 1ª prova digital do Enem 2021: 68.893

Crise no Inep

Questionado sobre a crise dos servidores do Inep e alegações que faltaram questões e que houve mudanças na prova, Milton Ribeiro disse que o exame deste ano segue "o mesmo padrão".

O ministro também comentou a fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que, na última segunda-feira (15), em Dubai, disse que as questões do Enem "começam a ter a cara do governo".

"Sobre a cara do governo, vocês puderam notar que o Enem segue o mesmo padrão nas provas", disse Milton. "Foi uma narrativa, tentaram politizar a prova e não teve nenhuma interferência. Talvez, se tivesse, algumas perguntas talvez não estariam ali".

Ribeiro, no entanto, não detalhou a quais questões se referia. Entre os tema tratados pela prova de 2021 estão racismo, mineração na Amazônia, escravidão, leitura crítica de notícias e emancipação feminina.

"Não teve interferência e nem escolha de perguntas. Quando o presidente [Bolsonaro] fala, eu afirmo que tem a cara do governo, transparência, seriedade, sem desvio de recurso, vazamento. Essa é a cara do governo. Desafio qualquer um a dizer que teve interferência na montagem da prova", afirmou o ministro da Educação.

Dias antes da prova, 37 servidores do Inep entregaram os cargos. Como o g1 mostrou, alguns deles alegaram pressão ideológica no processo de formulação das provas, com o objetivo de excluir do exame temas que pudessem desagradar ao governo.

Ensino remoto e pandemia

As provas do Enem 2021 foram aplicadas das 13h30 às 19h. Ao todo, 3.109.762 pessoas se inscreveram para essa edição do exame, menor número registrado desde 2005. Houve ainda uma redução mais acentuada na participação de pretos, pardos e indígenas em comparação com a última edição da prova.

Questionado sobre o menor número de inscritos nesta edição do Enem, o ministro Milton Ribeiro disse que o país "está começando a caminhar no pós-pandemia".

"As escolas públicas, algumas, altamente, levadas por movimentos sindicais pararam e os professores se negaram a abrir as escolas. Eu não tinha poder, então, os que mais precisavam não tinham escolas abertas", afirmou o ministro.


FONTE: g1.globo.com

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